segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Capítulo Um - Marrying The Danger

Mais um dia tedioso como todos os outros. A escola parecia mais chata do que nunca pra mim, aliás sempre pareceu. Os mesmos professores velhos, barbudos e carecas, as professoras com saiões , saltos e meias, os mesmos grupos do refeitório, os populares, os nerds, os jogadores de baseball, as líderes de torcida, as patricinhas, e os excluídos. Não sei se me encaixo em algum desses mas, isso definitivamente não importa quando não se têm muitos amigos, ou no meu caso, quando não se têm amigos. Natália. Minha única e fiel amiga pra todo sempre, é, a única pessoa com quem eu falo que também não é lá muito sociável. Mas, o que importa é que ela me entende. Entrei pela grande e larga porta de vidro com um pouco de dificuldade. Carregava cartazes, placas, folhetos e mais um monte de coisas. Sim, só poderiam ser duas coisas : Concurso de grêmio estudantil ou baile de primavera. Ah, sim era o baile de primavera. Sou uma garota bem criativa e organizada, por mais que eu não seja sociável, sempre participo dos comitês de organização junto com aquelas patricinhas sem nada na cabeça, mas enfim. Logo chegando ao meu armário vi Natália lá, parada. Provavelmente me esperando.
- Bom dia, atrasada.
- Cala a boca. Bom dia.
- Anda logo, a aula de história já vai começar.
- Odeio história.
- Mas você é uma aluna exemplar, então vem agora.
Só deu tempo de eu jogar as coisas no armário e pegar a mochila já com o material do dia, assim espero. Ela já foi puxando minha mão até a sala. Na mesma hora, o menino mais lindo, perfeito, gato, popular, maravilhoso e gos to so (você deve me achar uma tarada por isso, mas enfim) passou por nós.
- Bom dia meninas - Ele disse olhando pra nós com aquele olhar e aquele sorriso perfeito, socorro.
- Oi Ian 
- Bom dia - eu disse e Natália me puxou mais forte.
Ela não parava de falar enquanto atravessávamos a quadra, imensa.
- Então, você viu? Ele falou com a gente ! SeuNome, você sabe o que é isso? Ele! Ian Somerhalder! O mais lindo e gostoso e perfeito e maravilhoso do colégio! Um popular, falou com a gente, foi sonho? - Ela falava apressada ainda me puxando pela mão.
- Ele não é como os outros populares, Nate. Ele é diferente, educado, fala com todos, não deixa pisarem nos nerds, isso que me encanta nele.
- ATA! Vai me dizer que o fato dele ser tesudo e gostoso não te encanta nele?
- Também mas...
- Ok SeuNome, nós precisamos de sexo, mais nada, ficamos aí falando do Ian como se nós ainda fossemos virgens.
- Natália, concentra em passar pelo campo das líderes de torcida sem ser notada, por favor.
Sim, nossa escola era dividida em dois blocos, separada pela piscina, o campo de futebol e baseball, no outro bloco, os laboratórios, a biblioteca, o estúdio (para aulas de música) e o auditório. Nossa aula de história seria uma palestra hoje, e eu sou uma aluna exemplar, que a mãe esqueceu de acordar, portanto, atrasada.
- Com licença?
- Ah sim, Casotti e SeuSobrenome. Podem entrar, que isso não aconteça mais - A velha chata e rabugenta sussurrou para nós do lado da porta enquanto um tal lá falava algumas baboseiras sobre a revolução francesa que eu já sabia de cor. percorri a sala lotada com os olhos e vi só dois lugares vazios. Não, eu ficaria em pé mas não me sentaria lá. Os únicos lugares vazios eram ao lado de Ian e Anne. Não, a Anne a irmã mais nova de Ian, chata, metida, arrogante, puta e líder de torcida.
- Vai mesmo lá? - Nate sussurrou.
- Não.
- Vamos!
- Não! - eu sussurrei batendo o pé sem querer e a professora olhou pra mim com reprovação.
- Vem! - Ela pegou minha mão de novo e me puxou.
- Não! Não! Natália ! Não! - eu sussurrava e ela me puxava mais . Até que chegamos e ela me empurrou para eu me sentar ao lado de Ian que agora, desviara a atenção da palestra para olhar para nós. Seus olhos azuis me olharam de cima embaixo e pararam nos meus me fazendo corar. Não sei o que tanto o chamava atenção ali. Eu não usava nada demais a não ser a blusa da escola personalizada, digo, com uns cortes meus e meu shorts com meu allstar e minha bolsa de lado.
- Posso? - enfim eu perguntei quebrando o silêncio e ele fez que sim com a cabeça. Natália aquela vadia, se sentou atrás de mim, ou seja, me deixando sozinha do lado dele, sendo que tinha uma cadeira vaga do meu lado. Abri minha bolsa procurando o caderno e as canetas pra fazer um relatório caso eu tivesse perdido muito.
- Não - ele disse colocando sua mão sobre a minha antes que eu pudesse abrir o caderno. Olhei pra ele confusa. - Você não perdeu nada que você não saiba, não precisa cansar isso - ele disse levantando  minha mão e fitando minhas unhas.  - Esse estilo, por acaso seria algum tipo de cola? -  ele sussurrou rindo e eu também.
- não! é....fofo.
- Também achei.
- Falando sério, o que eu perdi?
- Porque você é sempre séria?
- Precisa responder?
- Porque nunca se socializa?
- Porque você responde as minhas perguntas  com outras perguntas?
- Porque é legal ver uma pessoa muito inteligente muito confusa.
- Há, não teve a mínima graça.
- Sei que não sou bom com piadas.
- Ainda bem que sabe, 
- Você quis dizer nunca mais tente isso?
- Olha, até que você é inteligente.
- Até que você é legal. - ele disse e eu olhei pro chão, não foi legal ele dizer isso. Me pareceu que, ele também era como os outros.Que, também me achava uma idiota.
- Desculpa SeuNome, sei que não devia ter falado isso.
- Não ligo, na verdade, nunca liguei.
- Nós não podemos conversar normalmente?
- Não, não podemos. 
- Porque?
- Porque quer conversar normalmente comigo?
- Agora é você que está respondendo as minhas perguntas com outras perguntas.
- Já disse que você não é bom com piadas.
- E eu já disse que eu já sei.
- Não vou te responder.
- Não vai me responder?
- Não.
- Não vai me responder? - Ele sussurrou chegando mais perto, me encarando com uma sobrancelha arqueada daquele jeito sexy, socorro.
- Não.
- Tem certeza?
- Pára.
- De quê?
- De achar que é só arquear essa sua sobrancelha que eu vou fazer tudo o que você quiser, como as outras, não.
- Hmmmmmmmm, então quis dizer que eu sou lindo arqueando a sobrancelha?
- Não é isso é que..
- Então porque estava dizendo que eu não posso arquear as sobrancelhas?
- é que ..
- Sou lindo?
- Não.
- Sou sim, sei disso, pode admitir.
- Não.
- Sou.
- é.
- Sou? o que eu sou?
- Muito convencido.
- Ah.
O sinal tocou e eu saí apressada, com a Natália correndo atrás de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário