terça-feira, 22 de janeiro de 2013

2° Temporada - Noites Tempestuosas, Capítulo I


- Sua narração -

Relembrando eu estava em uma fase digamos um tanto turbulenta de minha vida. As férias que eram para ser de descanso estão se tornando devidamente um poço de irritação sem fim devido a sequência de pesadelos e visões que tenho com minha mãe.
Não sei definitivamente porque tanto aquela mulher afetava minha sanidade, mas coisa boa não havia de ser. Tirando o fato de ela ser minha mãe, alguma coisa ruim ela carrega em si. Tal coisa ruim que, a propósito, junto dela também vem atormentado minhas noites de sono, o que de fato perdi o significado a muito tempo .
Zayn tem sido o mais amigável e compreensível do mundo nessa questão e mesmo assim o clima ainda não é dos melhores entre nós dois. Miranda as mil maravilhas com Horan, Harry as mil maravilhas com a tal da Caroline no qual eu mal conheci. Louis também com uma tal de Natália que me pareceu legal, e, o único sozinho imerso no poço de solidão é Liam que pelo que me parece pouco procura o seu amor ou a “alma gêmea“.
A questão é que eu estava em Londres, Zayn e os outros no Brasil. Sinceramente preferi voltar para casa ao ter que aguentar todos felizes e ainda tendo que se importar com os meus pesadelos e com a minha cara triste. Farça. Nem ao menos Zayn se importa. Mesmo porque, ele só sabe ouvir seu pai e assentir quieto as ordens do velho Yaser ao dizer que eu não sou boa o bastante para ele. As vezes Zayn me parece um completo panaca aos meus olhos.
Confesso que não sei se é idiotice ou bipolaridade de sua parte. Realmente, uma hora diz que pouco se importa com a opinião do mundo e que me ama sendo que em outro segundo ouve atento as ordens de seu pai e as obedece sendo frio e distante comigo, mais uma vez. Não entendo, juro que tento mas não entendo. Você deve realmente achar que precisara de tempo para conseguir com que nosso relacionamento ficasse assim mais monótono que televisão em dias de domingo, mas não. Só precisaram exatas três semanas. Três semanas para ele começar a agir literalmente diferente comigo e, a escutar seus pais.
Segundo Niall,que agora parecera ser bem mais melhor amigo do que Miranda aquela piranhete que eu morria de saudades, ele só está agindo assim porque está confuso, até agora ele não sabe o que fazer porque tanto seus pais quanto eu sou importante para ele.
Isso é o que Niall diz, mas vá saber. No fim nós sempre escolhemos aqueles que nos amaram do começo ao fim. Obviamente, seus pais, então, entrego a ele a decisão, já que a minha, tenho certeza de que só vou poder tomar quando olhar naqueles olhos cor de mel com chocolate.
Nem sei daonde tirei essa definição, mas me lembro de dizer isso quando ainda éramos amigos em Bradford, deitados à beira do rio vendo o pôr do sol e os peixes dançarem para fora d‘água a cada pedaço de pão que jogavamos.
- Promete que não vai deixar que nossos pais interfiram nisso? - Ele dizia olhando para o céu.
- Prometo - Eu disse mais decidida impossível e, pensando seriamente em algo mais, mas sempre achei que ele queria ser só meu amigo.
- Não, promete olhando em meus olhos - Ele disse se virando de lado para mim na grama fazendo com que eu me virasse também.
- Prometo diante de seus olhos cor de mel com chocolate - Eu disse e nós demos um sorriso de canto - Que nunca irei deixar nossos pais interferirem nisso. Agora você.
- Prometo, olhando nesses olhos pretos e redondinhos como jabuticabas que não irei deixar que nossos pais interfiram nisso.
Ele disse enfim e nós nos abraçamos na grama verde, e ficamos deitados por horas vendo o sol se pôr seguido pelas estrelas da noite ainda sim com o barulho da água fluindo dos rios calma e tranquilamente.
Senti minhas bochechas corarem e a visão embaçar então uma lágrima triste caiu sem esforço algum sobre as maçãs de meu rosto. Era uma promessa que parecia inquebrável para mim, mas pelo visto para ele não. Era simplesmente incrível o fato de ele parecer ao menos lembrar que essa promessa pra mim tão importante, um dia fora feita.
Então ali literalmente não consegui mais aguentar e derramei todo e qualquer sentimento que eu ainda podia guardar dentro de mim. Afinal, esconder emoções era o que eu mais estava acostumada a fazer nessas três semanas. Incrível a capacidade que a vida têm mudar tudo, em um segundo.
Sequei minhas lágrimas com a parte de trás da mão e por consequência, a manga do moletom e fui até a cozinha pegar um pote de sorvete, talvez.
Me sentei novamente a imensa televisão de led sem ainda conseguir me decidir entra Pretty Little Liars, The Lie Game ou The Vampire Diaries.
Optei por gravar The Lie game e Pretty Little Liars enquanto assistia a The Vampire Diaries, era extramamente....romântico. Ao meu estavo era, então quando vi duas temporadas de cada série acompanhada de meros três potes de sorvete decidi tomar um banho frio e me deitar, se eu conseguisse, obviamente.
Tomei meu banho gelado quase em uma temperatura congelante, mesmo porque só uma imbecil como eu para tomar banho gelado em Londres, obviamente onde a água praticamente congela-se dentro da caixa d‘água.
Coloquei mais um de meus moletons comuns e me deitei na cama imensa, macia e imediatamente me afundei e sumi embaixo da imensidão de travesseiros e edredons brancos.
Acho que hoje teria uma noite descente, as olheras fundas e quase negras em meus olhos condenavam isso. Eu necessitava.
Eu estava ali completamente imóvel sentada embaixo de uma árvore sobre a relva. Zayn se aproximava lentamente de mim. Mas não em uma lentidão considerável. Ele estava tão lento a ponto de parecer que alguém o segurava.
E sim, alguém o segurava.
Este alguém era ela. Ela. Minha mãe. Minha mãe o segurava com toda sua força nunca mostrada a mim antes.
Seu olhar esbanjava um ódio e uma raiva jamais conhecida, tamanha era a fúria daquele espírito. Se é que era disso que eu poderia chamá - la agora. Ela segurava e falava algumas coisas com Zayn que, apesar de gritar eu não conseguia a ouvir.
A minha personagem em pânico apenas encolheu-se e iniciou uma observação cautelosa da cena. Aquela não poderia ser eu.
Porque eu, de fato faria alguma coisa, me levantaria ou gritaria. Alguma coisa.
Só então que percebi que outro também me segurava. Uma imagem nítida e clara de uns traços e uma vaga lembrança me vieram a mente.
Era minha avó ali? Também falecida?
Ela também me segurava e murmurava uma palavras completamente indecifráveis para mim.
Então eu fazia de tudo para me soltar e Zayn fazia o impossível também. Até que tudo some, e volta a ficar como antes. Um nada. Um medo em mim. Uma angústia. E uma vontade de saber o porque daquilo.

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